ANACARDIACEAE

Myracrodruon urundeuva Allemão

Como citar:

Rafael Augusto Xavier Borges; Tainan Messina. 2012. Myracrodruon urundeuva (ANACARDIACEAE). Lista Vermelha da Flora Brasileira: Centro Nacional de Conservação da Flora/ Instituto de Pesquisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro.

LC

EOO:

4.174.920,147 Km2

AOO:

1.500,00 Km2

Endêmica do Brasil:

Detalhes:

Não é endêmica ocorrendo nas regiões Nordeste (Maranhão, Piauí, Ceará, Rio Grande do Norte, Paraíba, Pernambuco, Bahia, Alagoas, Sergipe), Centro-Oeste (Mato Grosso, Goiás, Distrito Federal, Mato Grosso do Sul) e Sudeste (Minas Gerais, São Paulo) (Silva-Luz; Pirani, 2012).

Avaliação de risco:

Ano de avaliação: 2012
Avaliador: Rafael Augusto Xavier Borges
Revisor: Tainan Messina
Categoria: LC
Justificativa:

<i>M. urundeuva</i> apresenta distribuição geográfica extensa pelo território brasileiro, sendo atualmente conhecida em diferentes situações de ameaça. No entanto, as várias formas de uso desta espécie podem levá-la ao risco de extinção caso não haja um monitoramento destas atividades.

Perfil da espécie:

Obra princeps:

Nomes populares: "almecega", "aroeira", "aroeira-do-sertão", "urundeuva" (Silva-Luz; Pirani, 2012).

Valor econômico:

Potencial valor econômico: Sim
Detalhes: ​Valor pela qualidade da madeira, dura e durável. Tem potencial farmacológico.

População:

Flutuação extrema: Sim
Detalhes: As densidades estimadas para a espécie variam de 37 a 48 indivíduos por hectare, e em casos de maior valor de importância, há registros de densidades de 234, 255 e 343 ind./ha (Silva; Scariot, 2003; Nascimento et al., 2004; Rodrigues; Araújo, 1997, Santos et al., 2007; Siqueira et al., 2009).

Ecologia:

Biomas: Mata Atlântica, Caatinga, Cerrado
Fitofisionomia: Floresta estacional semidecidual, decidual, formações campestres (Oliveira-Filho, 2009), caatinga arbórea e em cerrado. Encontrada em encostas, bordas e interiores de mata e sobre afloramentos de calcário.
Habitats: 1.5 Subtropical/Tropical Dry
Detalhes: Árvores (4-) 6-15 (-20) m alt, 50-80 cm DAP. Espécie tem facilidade para regeneração natural.

Ameaças (2):

Estresse Ameaça Declínio Tempo Incidência Severidade
1.3.3.2 Selective logging
Não há na literatura dados formais sobre a extração da madeira da espécie. Mas o extrativismo foi, é e será amplamente utilizado para uso em diversas aplicações externas, como em benfeitorias de fazendas e sítios. Em muitos casos as madeiras são extraídas e usadas em escala local, o que a faz depender de medidas de conservação e manejo sustentável para se evitar extinções locais. Porém a demanda não se limita ao extrativismo local, visto que há transporte da madeira entre Estados brasileiros (vide Carvalho in;http://www.cnpf.embrapa.br/pesquisa/efb/index_especies.htm).
Estresse Ameaça Declínio Tempo Incidência Severidade
1 Habitat Loss/Degradation (human induced)
O desmatamento no Cerrado atingiu em 2008 47% da distribuição original do Bioma. Entre 2008 e 2009 7.637 km² de Cerrados foram desmatados (MMA; IBAMA, 2011). Depois da Mata Atlântica, o Cerrado é o bioma brasileiro que mais sofreu alterações com a ocupação humana. Com a crescente pressão para abertura de novas áreas, visando incrementar a produção de carne e grãos para exportação, tem havido um progressivo esgotamento dos recursos naturais da região. Além disso, o bioma Cerrado é palco de uma exploração extremamente predatória de seu material lenhoso para produção de carvão (MMA; IBAMA, 2011). Na Caatinga, estima-se que as áreas alteradas variam de 223.100 km² (30,38%) a 379.565 km² (51,68%). Independente da estimativa adotada, uma importante parcela da área da Caatinga foi bastante modificada pelas atividades humanas. Algumas dessas áreas, previamente ocupadas pela agricultura, possuem grande risco de desertificação, exigindo ações urgentes de restauração da vegetação original (Castelleti et al., 2003).

Ações de conservação (4):

Ação Situação
1.2.2.2 National level on going
Considerada Ameaçada pela Lista vermelha da flora doBrasil (MMA, 2008), anexo 1.
Ação Situação
1.2.2.3 Sub-national level on going
"Em perigo", segundo a Lista vermelha da flora de São Paulo (SMA-SP, 2004).
Ação Situação
1.2.2.3 Sub-national level on going
"Vulnerável", segundo a Listavermelha da flora de Minas Gerais (COPAM-MG, 1997).
Ação Situação
1.2.2.2 National level on going
Espécie proibida de corte em floresta atlântica primária e autorizada sob aprovação de plano de manejo florestal em floresta secundária, cerradões e cerrados (IBAMA, 1991).

Ações de conservação (1):

Uso Proveniência Recurso
Madeireiro
Espécie com alto valor de uso, principalmente pelas aplicações da madeira (Ferraz et al., 2006).